A Coreia do Sul está passando por uma das mais intensas crises políticas de sua história recente. O presidente Yoon Suk Yeol enfrenta um processo de impeachment após sua tentativa de impor lei marcial, que durou apenas seis horas antes de ser barrada pelo parlamento.A Declaração de Lei Marcial

Na terça-feira, Yoon surpreendeu o país ao declarar lei marcial em uma transmissão ao vivo. Segundo ele, a medida visava proteger a Coreia do Sul contra “forças comunistas da Coreia do Norte” e eliminar “elementos anti-Estado”. No entanto, analistas acreditam que a decisão foi motivada por questões políticas internas, com o presidente buscando consolidar poder em meio a um governo marcado por escândalos e baixa popularidade.
A Reação Rápida do Parlamento
Menos de duas horas após o anúncio de Yoon, parlamentares invadiram o prédio da Assembleia Nacional para bloquear a medida. Alguns precisaram escalar muros com a ajuda de manifestantes, enfrentando barricadas de militares enviados ao local. A decisão de barrar a lei marcial foi unânime e, diante da pressão, o presidente reverteu sua decisão.
Impeachment em Curso
Com a situação escalando, os legisladores começaram formalmente os procedimentos para impeachment de Yoon. Caso aprovado por dois terços dos parlamentares, ele será julgado pelo Tribunal Constitucional, que decidirá se ele será removido do cargo. Durante o processo, o primeiro-ministro assumirá como presidente interino.
Defesa do Ministro e Renúncias em Massa
Kim Yong-hyun, ministro da Defesa e um dos principais arquitetos da tentativa de lei marcial, ofereceu sua renúncia na quarta-feira, assumindo total responsabilidade pelos eventos. Outros membros da equipe presidencial também entregaram suas renúncias, mas Yoon ainda não as aceitou.
Manifestações Populares
Nas ruas, o clima é de protesto. Centenas de pessoas se reuniram em Gwanghwamun, praça central de Seul, segurando velas e cartazes pedindo o impeachment de Yoon. Outras cidades, como Busan, Gwangju e Jeju, também têm registrado manifestações. Paralelamente, sindicatos iniciaram uma greve geral contra o governo.
Apesar da crescente pressão, Yoon ainda conta com o apoio de algumas figuras públicas, como o ex-primeiro-ministro Hwang Kyo-ahn, que defende sua decisão de declarar lei marcial. Ainda assim, a oposição e grande parte da população exigem sua renúncia.
Um Futuro Incerto
A crise política na Coreia do Sul ocorre em um momento de alta tensão na península coreana. Observadores internacionais, incluindo a OTAN e os Estados Unidos, acompanham de perto a situação, destacando a importância da estabilidade na região.
Com uma popularidade em queda e um histórico de escândalos, incluindo as controvérsias envolvendo sua esposa, Yoon Suk Yeol parece estar em seu momento mais crítico. O desfecho dessa turbulência política será decisivo para o futuro do país.