A regra atual equipara militares excluídos ao status de falecidos, permitindo que suas famílias recebam pensões vitalícias, independentemente do motivo da exclusão. Até condenados por crimes como homicídio ou tráfico de drogas podem gerar esse direito para seus dependentes. Em 2022, foram pagos mais de R$ 23 milhões em pensões a herdeiros de militares expulsos, com valores entre R$ 1.500 e R$ 33,4 mil mensais.

Desde 1960, a Lei nº 3.765 permite que militares afastados ou expulsos sejam tratados como falecidos, garantindo pensões vitalícias a seus dependentes. Este benefício, conhecido como "morte fictícia", pode estar com os dias contados. A proposta do Ministério da Fazenda, em análise pelo Congresso Nacional, busca extinguir essa prática, prevendo uma economia de R$ 1 bilhão por ano no orçamento público.O que é a 'morte fictícia'?
O que muda com a nova proposta?
Se aprovada, a regra substituirá o benefício por um auxílio-reclusão, similar ao concedido a parentes de outros cidadãos condenados. Assim, famílias de militares expulsos ou condenados perderão o direito à pensão vitalícia.
Além disso, o pacote de mudanças para as Forças Armadas inclui:
Contribuição para o Fundo de Saúde: Fixa a alíquota em 3,5% da remuneração de todos os militares até 2026, corrigindo a média atual de 2%.
Fim da transferência de pensões: A pensão poderá ser transferida apenas para beneficiários de primeira ordem, excluindo pais e irmãos.
Idade mínima para reserva: Até 2032, será instituída uma idade mínima de 55 anos para a reserva remunerada, com regras de transição.
Impacto fiscal
As alterações integram o esforço do Governo Federal para equilibrar as contas públicas. Segundo o Ministério da Fazenda, essas medidas devem gerar uma economia de R$ 71,9 bilhões entre 2025 e 2026, sendo R$ 2 bilhões provenientes das mudanças voltadas aos militares.
Repercussão
Enquanto especialistas apontam a necessidade de equidade no tratamento previdenciário, críticos destacam o impacto nas famílias de militares e nas tradições institucionais. A proposta aguarda deliberação no Congresso e promete ser tema de intensos debates nos próximos meses.