Especializada em Manutenções Preventivas e Corretivas de Sistemas

Com imenso pesar e profunda indignação, noticiamos mais um episódio aterrorizante de violência no futebol brasileiro, onde a paixão pelo esporte se viu manchada pela barbárie e pelo ódio entre torcidas organizadas. Na madrugada deste domingo, 27 de outubro, a BR-381, no trecho da rodovia Fernão Dias, tornou-se cenário de uma emboscada brutal. A violência desenfreada ceifou a vida de José Victor Miranda, um torcedor de 30 anos da Máfia Azul, residente de Sete Lagoas, Minas Gerais, e deixou pelo menos outras doze pessoas feridas, algumas em estado grave.

São Paulo, 27 de outubro de 2024.

O ataque, registrado por câmeras de celulares, expôs cenas chocantes de agressão, protagonizadas por mais de uma centena de torcedores. O ônibus da torcida organizada do Cruzeiro, a Máfia Azul, retornava do Paraná quando foi interceptado por membros da Mancha Alviverde, torcida do Palmeiras. As imagens mostram torcedores com camisas verdes cobrindo o rosto e barras de ferro em punho, atacando cruzeirenses, muitos deles desacordados ou suplicando por piedade. Também se vê uma chuva de fogos de artifício lançada contra o ônibus, que foi parcialmente destruído pelas chamas.

Possível motivação de revanche

As redes sociais fervem com teorias de que o ataque teria sido uma retaliação por um confronto anterior, ocorrido em setembro de 2022, também na BR-381, em Carmópolis de Minas, quando a torcida Máfia Azul teria emboscado torcedores do Palmeiras. Na ocasião, o líder da torcida palmeirense foi severamente agredido, o que, segundo muitos, motivou a revanche violenta.

Evidências de premeditação

Investigadores encontraram dispositivos conhecidos como "miguelitos" – pregos entrelaçados com o intuito de furar pneus – espalhados na pista, o que sugere planejamento prévio. Tais dispositivos são comumente usados em assaltos para dificultar a ação policial, indicando que o ataque foi cuidadosamente articulado. Além disso, bombas caseiras foram recolhidas no local, evidenciando o uso de armas improvisadas.

Uma perda irreparável

A vítima fatal, José Victor Miranda, era pai de um menino de 10 anos e conhecido por sua dedicação ao Cruzeiro e à Máfia Azul de Sete Lagoas. Nas redes sociais, familiares e amigos lamentaram a trágica perda. “Descanse em paz, primo… Sentiremos sua falta,” escreveu uma prima. Seu falecimento deixa uma comunidade e uma família em luto profundo, expondo as consequências devastadoras de uma rivalidade que ultrapassou todos os limites.

Feridos em estado crítico

Dos doze feridos, sete sofreram traumatismo craniano e foram levados ao Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã, onde uma equipe foi mobilizada para atender à urgência. A cena caótica e a necessidade de atendimento imediato trouxeram desafios, com profissionais em vigília para socorrer os feridos.

A reação das autoridades e do clube

Até o momento, ninguém foi preso. A Polícia Civil de São Paulo está conduzindo a investigação e classifica o caso como “emboscada”. Em nota, o Cruzeiro Esporte Clube manifestou pesar e pediu o fim da violência no futebol, reforçando a mensagem de que o esporte deveria unir, e não destruir. A concessionária Arteris Fernão Dias informou que a rodovia foi interditada por mais de uma hora para garantir a segurança de motoristas e funcionários.

Uma urgência por paz

Este episódio traz à tona a necessidade urgente de medidas rigorosas contra a violência no futebol. À medida que a investigação avança, fica evidente a responsabilidade das autoridades e dos clubes em adotar iniciativas que desestimulem a rivalidade extrema entre torcidas organizadas, antes que outras vidas sejam brutalmente interrompidas. Que o sacrifício de José Victor não seja em vão e que este episódio sirva como um apelo contundente por paz nos estádios e estradas.